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26 dezembro, 2009

Pensamientos Extraños



Cierro mis ojos y siento tu boca
En mi boca cual falena de fuego
Besando flores em fiesta loca
Y tu diestra que mi seno aprieta.
Después tu cuerpo al mío unido,
Explora los meandros de mi ser interno,
En busca del placer con cariño tierno
Merguha en mi agua que se ahogó
Y te dou este pensamiento que ya no me pertenece...


Estranha Jura


Paixão, a que temes?
Que te roubem de ti
O meu pequeno coração?
Não me destes também o teu?
E logo os escondi
Juntos entre minhas mãos
Não há porque apuros
Juro que estamos seguros...


08 dezembro, 2009

Pedido Estranho (By PH)



Me arraste para o beco mais escuro que conheces e
Me tire o pouco de juizo que acredito ainda ter
Não me deixe na mão, não me deixe na solidão
Me leve junto com você, independente para onde vá...
Eu quero ir
Seja no céu, na terra, no mar, seja nos confins de mundo
Onde Judas perdeu as botas,
Onde o vento não chega;
Só me leve com você...
Patrick Herisson

02 dezembro, 2009

Pensamentos de sete minutos de fascínio (III)

Quando nos aproximamos de um corpo imóvel, este corpo aproxima-se de nós. É algo da física. Mas não era impressão: aquele físico realmente aproximava-se de mim. Eu bem podia imaginar seu intento. Haviam semanas que mal nos falávamos, e era socialmente aceito que os ex-alguma coisa se tratassem desse modo.
Ele me olha de tal forma... Parece que vai me devorar! Temo.
Eu já podia imaginar seu discurso de recém-amigo, cheio de formalidade cobrindo todo aquele sarcasmo que o protegia de mim, o sarcasmo que ele usou para acabar comigo em todos os sentidos que este verbo pode ter... Já sei: Ele será frio e imbatível. Eu serei fria e calculista, e a primeira coisa que calculei foi o tempo para correr daqui antes que minhas lágrimas alcançassem meu rosto. Tive todos esses receios e planos enquanto enquanto nos chegávamos... E mesmo assim fui. Sempre houve um estranho magnetismo entre esses olhos e meu corpo, e, sinceramente é algo inexplicável, ou até explicável para a física: a atração entre um imã e seu metal perfeito.
Chegamos.
Foram exatos sete segundos entre um sorriso hipnotizante e sua inclinação para um abraço ofensivo. “Não, por favor, não...” Meus pensamentos gemeram mas não me deram voz, e o que foi sucedendo após, não requeria nada do meu pouco alto controle. “Que homem é esse meu Deus?” Subitamente somem pessoas, bebidas, festa, meu bom senso, e o que eu ouço é só o pouco som da batida de uma música ao longe. “Onde estamos meu Deus?” Como se essa fosse a hora de se pensar em Deus ou em qualquer outra coisa.
Ele tão calado, totalmente desarmado de suas ironias e apatias, com seus olhos mergulhados nos meus a mil pés de profundidade. Pra ser honesta prefiro-o assim- calado – ou quase, já que sua respiração por pouco de tal elevada faltam articular sílabas. Exagero. Mas não exagero o som do meu coração martelando nos meus ouvidos. Será que ele pode ouvir? Idiotice. Não ouso falar. Ele tão calado... Respira-me como se eu fosse seu ar particular, ou como se quisesse ver se meu cheiro havia sido adulterado por outro. -“Você ainda tem o mesmo cheiro...” Resolveu falar? Mas não respondo. Nem as palavras que ensaiei enquanto colocava propositalmente o seu perfume preferido saiam de mim como esse aroma. Ele me deixava muda com aquele comportamento súbito, parecendo com um viciado com semanas de abstinência. Eu tremia a cada aproximação do rosto dele, eu era a sua droga ideal, ele me desejava, eu agora tinha certeza disso. Isso me revoltava.
Como ou porque aquele idiota tinha me entregado para outro de bandeja? Eu tinha que pensar no meu ódio, na minha mágoa para ter forças de fugir daqui, de ignorar a tentativa do seu beijo. Inconscientemente, cravo minhas unhas em seu pescoço. “Ah, droga, como o desejo...” Cada traçado dele sinto passar contornando minhas formas, a sua digital em cada vírgula de minha pele vai apagando vestígios de um visitante recente, alguém que ele mesmo abandonou a porta aberta para que entrasse. Mas agora isso não importa. Traço meu toque pela sua carne. Será que ele ainda tem o mesmo gosto? Sou louca. Abandono minha mão em seu abdômem esperando que a força da gravidade a empurre para baixo. Ele treme e arfa sutilmente. É sensitivo: Ele pressente as minhas intenções...

Krol Rice

30 novembro, 2009

Pensamentos de sete minutos de fascínio (II)

Dei aquela noite para ficar um pouco longe dela, ficar mais entre outras pessoas e noutros lugares...
Estar, pelo menos por uma noite, em um espaço atapetado de gente, entre outras gargalhadas e vozes.
Tê-la só em meus pensamentos. Seria para o meu próprio bem ficar um tempinho que fosse sem sua presença, que de tão repleta preenche todos os espaços, só deixando sobressair quem ela quiser. Sorte minha.
Mas estava cá eu, tentando ser só mais uma pessoa ali, comum, sem palcos, sem atenção, quando, de repente, vislumbro um vulto muitíssimo conhecido...Aquela mulher...que parece carregar um ímã dentro de si, que com seu (perfeito) pequeno corpo, atrai quem quer, isso com um simples olhar. Eu estava entre essas pessoas.
" É ela...é ela..." Penso eu. Começo a tagarelar, na tentativa de disfarçar que o ímã dela tava "em ação". Tirei até os óculos, para visualizar melhor o efeito que seu olhar [ que me fitava, eu podia sentir] estava causando.
Por um momento penso: "Será que é ela que me atrai ou vice-versa?" No exato instante tiro essa bobagem da cabeça! Ela me olha de tal forma...parece que vai me devorar! Temo. Temo que mais uma vez a gente acabe entrelaçados, nos apoiando em qualquer coisa sólida que sustente nossos corpos agitados, com ela botando a prova seu magnetismo e/ou de vontade usando meu corpo como alvo para tal.
Invento rapidamente qualquer besteira para me aproximar dali e antecipá-lo...

Juju Sousa

28 novembro, 2009

Pensamentos de Sete Minutos de Fascínio (I)




Dei essa noite pra subtrair as vozes e gestos das pessoas localizadas indevidamente nesse espaço entre mim e ele. Uma arma de qualquer calibre com certeza seria muiitíssimo últil para ajudar a me livrar desses impercílhos momentâneos.
Os seus lábios movendo-se pareciam borboletas excitadas fazendo ecoar sua voz no lugar, invadindo meu espaço sem pedir licença.
São uns três ou quatro metros de distância entre uma pecadora e o seu inferno pessoal. Apenas alguns passos para me deixar consumir.
Tira os óculos escuros, e por um momento seus olhos tornan-se mais quentes com uma cor âmbar contrastando com seus cílios negros.
Por um quarto de instante, a sua chatice dá lugar a um charme surreal. Engulo a seco essa sensualidade repentina. Maldita bebida.
Tenho que parar de devorá-lo com os olhos, ou inevitavelmente ele será atacado, e acabaremos entrelaçados nos apoiando em qualquer coisa sólida que sustente nossos corpos agitados, com ele botando a prova sua força e ou de vontade usando meu corpo como alvo para tal uso.
Invento rapidamente qualquer besteira para me aproximar dali e antecipá-lo...
Krol Rice

26 novembro, 2009

Se Sonho


Se meus olhos não podem te ver aqui
Eles se fecham pra te encontrar
Se meus braços não podem sentir aqui
Eles se abrem pra te pressentir.

Se meus lábios não sentem o gosto dos teus
Eles deliram por te desejar
Se você não está aqui
Eu faço tudo pra você estar.

Não tem como não pensar em você
Não tem como te esquecer
Não tem como me esquecer de pensar em você.

Se não consigo despertar
É porque não quero acordar
Se não consigo acordar
É porque estou sonhando.

18 novembro, 2009

Rebeldia Estranha


É só porque às vezes eu queria ser mais que ESTRANHA,
Eu queria poder ficar invisível,
Ou ter o cabelo vermelho e preto,
Ou ter um lugar só meu,
Ou até ter alguém que fingisse Que eu existo,
Ou ao menos poder apagar um pedaço da minha memória.
Deletar não o que eu quero,
Mas o que eu não posso lembrar sempre...
Sei lá, no mínimo, pra sempre...

16 novembro, 2009

What I Hate About You




I hate lying like that:
I hate that you are with me,
I hate your eyes so bright and browns.
And the way you look at me,

I hate the way you make me so happy,
And the ways you show you care,
I hate the way you say, “I Like You”,
And the way you’re always here.

I hate the way you touch me,
Always sending chills down my spine,
I hate the way you kiss me,
And glad that you are only mine...


Krol Rice

15 novembro, 2009

O que eu odeio em Você (What I Hate About You)



Odeio mentir desse jeito:
Eu odeio que você esteja comigo,
Odeio Seus olhos tão brilhantes e marrons,
E a forma como você olha para mim.
Odeio o jeito que você me faz tão feliz,
E as maneiras que você cuida de mim,
Odeio a maneira como você diz, “Gosto de você”,
E o jeito de como você sempre está aqui.
Odeio o jeito que você me toca,
Sempre sinto arrepios descendo em minha coluna,
Odeio o jeito que você me beija,
E você está satisfeito com o fato de ser unicamente meu...

Krol Rice

12 novembro, 2009

Á Tua Porta




Em pé na porta do teu quarto
Eu nunca penso exato
Também nunca sei voar,
Nem realmente te encantar.
Sempre que sei de cor a dor,
E só imaginei a cor do amor,
Fiquei tão sul do norte...
E eu nunca fui tão forte...
Eu choro, rio e mar
Que depois secará;
Tu não és mais eterno,
Não és página do meu caderno
Viraste força do vento
Que me feria com o tempo
Todas as vezes que dizias não
Sete vezes quarto escondendo razão
Entre as curvas de tua estrada
Corro o sonho antes da madrugada...
Krol Rice

10 novembro, 2009

Bilhetinho Estranho



Esquecer-te por um instante
eu não sou capaz,
Nem apagar de mim
o que deixaste para trás.
Se a única forma que eu posso
te ter em mim,
É somente em minha mente,
então te tenho assim…

Krol Rice

09 novembro, 2009

Sete - O Conto do Amor Verdadeiro


No conto do mentiroso perfeito
Conte as sete vezes sete
Que tenho que ser perdoada
Por ter mais que sete pecados,
Embora nenhum fossem capital
Oscilando entre o céu e teu paraíso
Paguei um a um como infernal.

Conte em seis dias de criação
Da luz até a mulher tirada do homem
E no sétimo que é de descanso
Descanse em meu mundo recém criado
Pra que não ficasse só, Deus criou-me
E ao invés da costela, teu coração foi tirado.

Conte os cinco dias inúteis da semana
Que já amanheço antes das cinco
À espera de alguns dias úteis
Distraio-me a algum custo
Contentando-me com cinco minutos fúteis.

Conte as quatro paredes de onde me expulsaram
Pelo o meu único acerto nesse jardim
O pecado de te ter amado
E ainda o trancaram com quatro querubins.

Conte os três dias de luto em que o mundo ficou
Chorando pelo amor que morreu de paixão
Mas no terceiro dia ele ressuscitou.

Conte os dois estranhos de prazer sorrindo
Dois corpos se fundindo.

Conte um único amor para tudo...


06 novembro, 2009

My Dream


I’m thinking
That
I’m Just
Dreaming

I'm Walking,
For reaching 
At my Dream
And,
You’re a Dream…
I Know
We’re
Getting closer,
And
Every Time
You come around,
I Feel More Alive,
Than Ever
So,
Dream With Me:
Close Your Eyes,
Like I Close Mine.
Krol Rice

A Espera de Ir


Enquanto ele não chega
Encomendam-se pensamentos pra apressar as horas
Diminuo passos pra apressar a demora
Enquanto ele não chega

Enquanto ele não chega
Conto os segundos passados para distrair o agora
Soletro meu nome com seu sobrenome tempo afora
Enquanto ele não chega

Quando ele chega
Encomendo planos para não ir embora
Quando ele chega


27 outubro, 2009

Feridas e Curas

Que fizeste a esse amor
Pra que de servil
Virasse teu carrasco?
Tua alma é tua vida,
Teu amor é teu coração,
Nele, sou a veia.
E quando me feres,
E me rasgas,
Destróis-me,
Fico ferida,
Minha lágrima escorre
Ficas ferido,
Teu sangue escorre.
Agora,
Preserve-nos agora,
Cure-nos por hora.



Krol Rice

26 outubro, 2009

Louca Novamente (Crazy Again)

Portuguese Version

Acelerando meu coração
Ele vem novamente
Com estes olhos
De tom castanho
Mas por favor,
Feche-os se me aproximar
E por favor, mova-se devagar
Eu preciso andar devagar
Eu te quero demais
Este dia – Todos os dias
Novamente
Com sua voz – para mim – cante!
Baby, baby...
Novamente
Porque estou tão louca
Perdida em você
Como em um sonho
Como em um desejo
Ignorando sua língua inglesa:
Quero morder sua língua
Num bom português...



Krol Rice



25 outubro, 2009

Bebido


 
Álcool,
Saliva,
Mãos quentes,
Olhar ardente...
-Desces meu pescoço abaixo, abrasando-me o peito...

Krol Rice

De Cor



Conheço de cor...
Cada traço do teu rosto,
Cada sombra do teu olhar
Cada tom da tua voz
E cada silêncio,
Cada gesto que tu faças,
Conheço-te de cor
Cada capricho teu
Cada silêncio que dizes
E os que preferes calar,
Deixa-me reconhecer-te
Conheço-te de cor,
E ESTRANHO-TE.
Sei ao pormenor o teu melhor
E o pior
Sei de ti mais do que queria
De cor numa palavra eu diria:
CONHEÇO-TE...

Krol  Rice

23 outubro, 2009

Infernal

Levarei-te ao inferno
E darei-te um beijo ardente;
Os teus lábios de anjo queimarão
Ao me beijarem loucamente.

Levarei-te ao inferno
E darei-te um beijo ardente;
As tuas mãos de anjo queimarão
Ao me abraçarem desesperadamente.

Levarei-te ao inferno
E darei-te um beijo ardente;
Os teus braços de anjo queimarão
Ao me possuírem convulsivamente.

Quero que tu sejas meu anjo do paraíso
Levarei-te ao meu inferno eternamente
Para que exorcizes de mim isto que me abrasa
Levarei-te ao inferno e dar-te um beijo ardente...

15 outubro, 2009

Termo de Posse Livre


"Estou aqui não porque deva estar,
nem porque me sinto cativo nesta situação,
mas porque prefiro estar contigo,
a estar em qualquer outro lugar no mundo."
(Richard Bach)


Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém;
Simplesmente porque ninguém possui ninguém...
E essa é a ESTRANHA experiência de ser livre, de deixar ser livre:
Ter a coisa mais importante do mundo sem precisar possuí-la.
Ter o bem mais precioso do mundo sem precisar confiná-lo.
Está em suas mãos mas pode-se soltar...
É ter:Não é possuir.É ter: Não é confinar...

08 outubro, 2009

Eu Insone


Insônia é tatear travesseiro vazio,
Insensatez é chamar nome ausente,
Devaneio é segurar mão distante,
Desatino é rir da saudade,
Insanidade é dizer boa noite a ninguém.
(Exílio - Carlucho Vitaliano)

Coloco a culpa nessa distância,
Entre ti e meus olhos no espelho,
Nessa vontade de nós.
Aliás, qual seriam suas intenções
De despertar minhas segundas...???
Agarro-me a qualquer destroço
Pra não me afogar nestes pensamentos...
Á esta hora da noite dá pena de ver:
Meus livros usados e desprezados,
Espalhados pelo chão do quarto,
Todos tão iguais entre si.
Tão iguais comigo,
Eu aqui sozinha comigo
Tão sei lá assim só então:
Relendo meu rasurado coração
E eu que nem queria escrever...
Meus pensamentos nem rimam comigo
Mas é que esta noite,
Nem queria escrever
Aquela outra noite contigo
Esta insônia idiota,
Esta chuva ESTRANHA,
Me deixam tão sentimental
Como uma idiota sentimental.

05 outubro, 2009

To The Future Passion (Recado á Futura Paixão)



English version
By Juju Sousa


In a thousand crazy deliriums
I hug you in empty days mine
Expecting to feel the tremors
Of my body in your arms

I am proving every day, little by little
The flavor of lips thine
The seconds despair in the compass
In the space of desire

My mind has arrested me
I don't want to know about leave
My mind is my space. Here
I've got the illusion of to live

In a future of gladness where
I have got you
And it will be thus until
I die of annoyance or delirium...

03 outubro, 2009

Para Não Nos Apaixonar


Finque meus pés
Para que eu não vá até ti,
Nem vá te procurar.
Ate as minhas mãos
Para eu não te sentir,
Não te tocar...

Talvez fique mais fácil.
Se eu vir só até aqui
E se eu não suportar,
Serei pelo menos capaz
De sentir teu mesmo ar...
E respirar!

Cubra meus olhos
Para que eu não cobiçe a ti,
Nem vá te desejar
Tape meus ouvidos
Pra eu não te seguir,
Não te escutar...

Talvez seja mais fácil
Querer só este fim
E se eu não suportar,
Serei ao menos capaz
De te olhar...
E flutuar!
 
Cale minha boca.
Para eu não diga palavras de ti,
Nem vá te gritar.
Vicie-me em ausência
Para eu não te querer,
Não te lembrar...

Talvez fique mais fácil.
Guardar tudo em mim.
E se eu não suportar,
Serei pelo menos capaz
De procurar um lugar...
Onde me encaixar...

02 outubro, 2009

O Último Parágrafo Desta Página


As páginas vira
Do livro da tua vida
Sái deste capítulo
Deste trecho usado
Deste parágrafo lido
Arruma teus troços
E muda teus traços
Teus olhos e mãos
Que estão pra lá de cansados
Nem mesmo eles te enxergam
Vai, te muda
Tão sempre tão previsível
Vira a página da vida
Na verdade, invisível,
Te vira!

01 outubro, 2009

Estranha Mutação


Eu sou uma estranha aqui em mim mesma.
Odeio o que fui ontem; tenho ânsia do que serei amanhã.
Agora sou apenas um passatempo.
Uma mutante ESTRANHA.
Uma constante metamoforse
Com a exceção da beleza das mariposas,
O Amor é a minha única paixão.
É a única coisa da qual tenho certeza.
Se eu não persigo o que quero,
Nada permanece em mim além do que não quero.
Os defeitos me agarram como náufragos a seus botes.
A vida me combate, com punhos e pés.
E eu me estranho a cada instante.
Uma hora me machuco, sangro, outra hora me choro.
Quando finda o dia (que às vezes dura semanas),
Nada mais está como antes.
Percebo: se há a dor, há o choro, e depois o descanso.
Se não há, há sempre outra dor, sem choro, sem descanso.
Assim as minhas sete vidas se transformam.
Faço parte do que parte. Nem sempre sou o que quero.
Faço–me e desfaço como a onda na praia.
Uma hora sou outra não estou, e depois sou de novo...
Só que diferente do que era antes.
Divido-me em sete partes toda semana.
Minha parte de hoje já mudou.
Como muda o ângulo do qual me observam;
Ou como muda a distância da qual me olham.

20 setembro, 2009

Final de Setembro



"Sometimes when I'm alone, I wonder
Is there a spell that I am under
Keeping me from seeing the real thing?"
(Love Hurts - Incubus)

Por favor,
Perdoe esse meu constante ceticismo:
Mas quando estamos juntos não sei se estou vivendo,
Ou se estou apenas fantasiando...
Não sei diferenciar o céu do chão...
Como se pudesse... Não sei se estou voando...
Fico sem saber diferenciar a realidade
Da ilusão...
Como se fosse possívela mim tocar a felicidade...

14 setembro, 2009

Soneto III



Olho aqui o seu olhar, porque mesmo que ausente,
Ainda insiste a esperança neste coração amante
Cuidando que essa minha paixão seja constante
Tanto em meu coração, como em minha mente.

Ouço aqui a sua voz, porque deliro constantemente,
Zombo também desta minha louca ilusão nesse instante
Ele aqui não está. De mim ainda está tão distante.
Delírio e desejo são o que a minha alma louca sente.

E talvez, por esse desejo, esta ilusão 'inda existe
Ignorando a infeliz realidade por ele a mim imposta
Levando minha mente a fingir que não é tão triste.

Atuo que sou feliz, e a esperança 'inda mais insiste
Dentro deste coração onde esta paixão está exposta
Para que ela não morra, se vida em mim 'inda existe...

11 setembro, 2009

Recado á Futura Paixão




Em mil delírios loucos te abraço no vazio dos dias meus
Esperando sentir o tremor do meu corpo nos teus braços

Vou provando todo dia, aos poucos gosto dos lábios teus
Ás vezes, os segundos se desesperam nos compassos

De loucura no espaço em que minha mente me prendeu
Não quero mais saber de sair. Minha mente é meu espaço

Aqui tenho a ilusão de viver a alegria de te ter no futuro meu
E será assim até que eu morra de delírio, ou então, de enfado...

Soneto II (Lúcia Antonieta)


Lendo meus poemas á noite há uma amiga
Única em jeito de sentir, de únicos sentidos
Cativando seus loucos sonhos atrevidos
Ilusões libertam ela, e a realidade a cativa.

A sua razão de julgamento é além do seus juízos
A sua razão de amor alheio também a abriga
Não desprezando não há o que não consiga
Tem amor e desprezo pelos seus passados vividos:

O amor pelos acertos e bem que nos seus ela cultiva
Nunca esquecendo do desprezo pelos erros corrigidos
Inventa (na falta de uma) sua própria sabedoria antiga.

Ela relembra mas nunca se arrepende dos seus ‘delitos’
Todos servem pra amenizar o tédio que sempre a intriga
Antonieta, eis aqui seus desvarios e sentidos escritos.

10 setembro, 2009

Estranho Frio

“Tenho frio e ardo em febre!
O amor me acalma e endoida! O amor me eleva e abate!”

(Olavo Bilac)
Se faz frio, as memórias são mentiras,
Inúteis, fúteis.
A mente delira,
O espaço está vazio.

Quando faz frio, as lembranças são ocasos
Arrepios, suspiros
O corpo treme em acasos
O lado é vazio

E se faz frio, as promessas são desejos
Ilusões, sonhos
Mil e vãos beijos
O coração será vazio

E quando frio eu sinto,
Espero-te, ardo
Pressinto-te
Em meu vazio

Riceli Chacon

Amor Como Sol



"Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã,
Mais uma vez, eu sei..."
(Renato Russo)

Há amores que nascem e renascem.
São amores como o sol...
Aqueles que têm mania de se pôr,
De se esconder,
De trazer aquela melancolia de adeus de fim de tarde,
De fazer de repente tudo ficar escuro como se não houvesse amanhã...
Mas há! E eles voltam novamente como se nada tivesse acontecido, ignorando todo estrago que fez...
Toda a escuridão que deixou pra trás... Não importa...
Mesmo que por aqui esteja tudo escuro,
Acima das nuvens, eles nunca deixaram de brilhar...
Amores renascidos são mais belos, assim como são todas as manhãs...

O Que Há Entre Nós


"Distância não corresponde somente ao espaço entre dois corpos,
mas sim o espaço entre dois corações."
(Miria F. Bôa)

Entre mim e ti
Há uma enorme distância:
Metros!
Entre a minha insistência
E a tua esquivança;
Entre a tua liberdade
E a minha esperança.

Entre você e eu
Há um enorme espaço:
Quilômetros
Entre os meus passos
E a tua corrida;
Entre a tua liberdade
E a minha vida.

Espaço pequeno demais
Para guardar tua grande indiferença, e a minha dor;
Espaço pequeno demais
Para caber tua apatia, e o meu grande amor.

09 setembro, 2009

Soneto I


Volta! Não descansa o corpo meu,
Invejo quem dorme um sonho santo.
Castigo friamente o coração, e canto,
Querendo apagar dele o calor teu.

Onde foi que meu ideal te perdeu?
Tire - Peço - de mim esse pranto,
Eu não só quero - Eu desejo, tanto:
Desvendar, realizar cada desejo teu.

E tu foges confuso, e eu pra não mais sofrer:
Me iludo, esqueço, mas eu volto a chorar,
Lê: Esquece que continuo a te querer?

Finda a noite, mas insisto em sonhar,
Diz, (embora nada me faça te esquecer):
Poderás tu Amor algum dia me amar?

Matéria e Obra




“... E o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.”
(Camões)

A razão perde a razão de existir
Quando a chama das paixões apaga;
Busca ainda um sinal, um só suspiro,
Pra nascerem versos que a sós não se traça;
Sem razões, chama viva, sinais e paixões,
Como a fênix morta, espera que a obra renasça.

Nasce e chora pela matéria que não há mais.
Dói ter que lutar e para prematura não morrer.
Não há mais a matéria prima dos meus sonhos,
E a criadora precisa da matéria para sua obra viver.
Procuro, preciso e também choro. Acho o vazio.
Covarde viro-te as costas para não também mais sofrer.

Como pode existir obra sem sua matéria?
E a pobre criadora sem sua obra o que será?
Preciso me unir à matéria para gerar a obra.
Como? Terei que criar a matéria para poder criar?
Criar sonhos do que resta. Renascer para depois morrer.
A obra renasce do que resta à criadora: Paixão no seu chorar...

06 setembro, 2009

Corações em Jogo


"O amor é o único jogo
no qual dois podem jogar e ambos ganharem."
Erma Freesman
 
Ganhando a você.
Eu perdi a mim...
Mas antes de jogo e trapaças,
Havia um tempo
Em que meu coração estava inteiro...
Mas a mesa virou,
Numa sutil tragédia
O jogo virou.

Talvez o amor seja uma sutil catástrofe.
No amor, talvez o azar seja duplo:
É não saber viver com você.
A sorte é dúbia, é recíproca:
E sem você não saber viver.

Não há acasos:
Até a maior estratégia não traz conseqüência.
No amor tudo é sorte
Mesmo que não haja limites
Entre prazer de viver e a dor da morte.

Fui cúmplice de trapaças.
Nós somos cúmplices de roubo
Jogando o mesmo jogo,
Onde o vencido deveria ganhar...
Mas seguindo as mesmas regras,
Enfrentando-nos com a mesma fúria...
Quebrando mesas e corações a esmo.
Partindo-nos em duas partes.
Deveríamos ser o mesmo.

Eu estava pedida quando conheci você.
Perdi-me por ter você.
Perdi-me por perder você...
Virá um tempo,
Em que você se perderá ao menos,
Quando, perdendo,
Ambos (talvez) ganharemos...

04 setembro, 2009

Certo Estranho



Se uma mente vazia é oficina do Diabo,
Minha cabeça deveria estar o Inferno
É ESTRANHO, mas há algo mais aqui:
Está aqui em minha mente,
Meticulosamente te gravando:
Até gírias do seu vocabulário
Isto é certo o que vou lhe dizer:
São as rimas dos meus poemas.
É tudo que eu tenho para escrever...

O que ganho de você,
Tira o meu fôlego.
O que você ganha de mim,
É estranho - Arranca meu ar.
O céu está detrás dos seus olhos,
E o inferno mora em seu beijo.
É estranho ser certa e não fazer tudo certo,
Como se o paraíso para ser desejado
Precisasse de um certo inferno...

Ela. Seu Caminho. O Epitáfio


“Meu Deus”! “Ninguém me amou”!
“Vivi na solidão”...
(Álvares de Azevedo)

Antes que ela começasse a viver,
E antes que ela começasse a caminhar,
Entregaram-lhe o fardo do Amor
Que deveria até o fim da sua vida levar
Assim a vida não seria um vão penar.

Mas sozinha ela não o deveria carregar.
O seu fardo era pesado e imenso;
Mas não havia ninguém que a quisesse ajudar;
O peso a machucava e a fazia sofrer;
Sozinha, não conseguia mais com o Amor andar.

Então, no meio da vida, ESTRANHAMENTE parou.
Antecipava o fim por ela tão cansada estar.
Odiou seu fardo. Havia caminhado em vão;
Olhou o caminho, sentou, e se pôs a chorar:
Exausta o suficiente para merecer descansar...

27 agosto, 2009

Leia-Me




Vê:
não saberei nunca
dizer adeus

Inda não morremos,
apenas dormimos
só os mortos souberam morrer.

Cabe ainda muita coisa,
há ainda tudo,
só nós não somos inteiramente.

Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo.

Ou a paixão,
em momento nenhum,
é tarde.

Resta esse sossego
que eu não quero,
este exílio de ti...


Esta solidão de todos...


Cada parte de mim,
não resta de mim
nada que seja eu.

Alguma palavra minha
alcança o teu mundo,
eu sei...

Resta mais nada pra mim
ainda assim,
eu te procuro.

Ouço as mesmas canções
as que nos embalavam
eu ainda lembro.

Leia-me no seu vazio,
onde não há nada
ainda assim, escrevo.

09 agosto, 2009

Sete Coisas Que Eu Odeio Em Você




Odeio teu olhar
Sinto-me estranhamente nua
Mesmo no meio da rua...

Odeio tua voz
Presa em minha garganta,
Mas minha respiração te conta...

Odeio teu sorriso
Me ruboriza a pele,
Faz queimar minha face em febre...

Odeio teu beijo
Que me tira a inocência
Me rouba a paciência...

Odeio tuas mãos
Que me arrancam o juízo
E me levam ao teu paraíso...

Odeio teus muros
Onde me prensas louco
Entre a parede e teu corpo...

Odeio quando me faz admitir
Meu odiado desejo:
Que irremediavelmente te desejo...

04 agosto, 2009

Casa da Mente




Casa dividida não resiste.
Pego um livro qualquer,
Penso algo qualquer,
Em guerra eu me deito,
E cedo finjo que cedo.

A estratégia agora é nada.
É um instante sem guerra
E nada mais incita a guerra;
Nessas horas que não luto contra o fim
Há a verdadeira entrega de mim.

E nada mais excita minha mente
Do que a nudez de uma alma,
Que faz casa em minha alma,
Que eu dispo calmamente,
E a descubro sutilmente...

Nessas horas não luto contra nada
Descubro a entrega verdadeira
E arranco armaduras, e quebro trincheiras,
Ao menos a mente não mente,
Não há mais guerras em minha mente.

02 agosto, 2009

Trio de Promessas



Eu te darei os beijos e as mãos que ficaram por vir...
Darei quando quiseres voltar:
Estórias que ficaram por cumprir e o que ficou por se sentir.
Ilusões que ficaram por existir,
Lembro que te esqueceste de mim e com teu amor não posso contar.

Eu te darei noites vazias que esperam que as preenchamos de nós...
Darei quando quiseres voltar:
Ecos que ficaram por soar e que nunca moraram na minha voz.
Intervalos de dias cheios de um nada que correm sem nós,
Lembro que sabes viver sem mim e com teu amor não devo contar...

Eu te darei uma a uma todas as vezes que ainda te espero...
Darei quando quiseres voltar:
Encontros secretos e escuros que há entre mim e o desespero
Instantes em que eu devaneio e as vezes que te quero,
Lembro que ainda que não contes com meu amor tu irás contar!

01 agosto, 2009

Devorar-Te



"Teus sinais
Me confundem da cabeça aos pés
Mas por dentro eu te devoro...”
 (Djavan)


Se vais deixar que eu te devore,
E mate minha fome de ti, quero na realidade
Devorar-te completamente, de uma vez.
(Juro não deixar-te-ei pela metade).

Metade você nem é, nem o quero assim.
Comerei quente ou frio (com brutalidade),
Não te transformarei em sobras.
Matando toda a minha vontade,

Não tenho mais medo do depois,
Do prazer que terei ou da infelicidade.
No depois já estarás dentro de mim.
Assim devorarei logo, sem piedade.

Eu comerei a começar pelo olhar
Que incredulamente lê minhas verdades;
Morderei teus lábios, tua pele, teu corpo,
Não mais com desejo. Com ferocidade

Eu beberei teu sangue, e suor,
E olhar, pensamento, e sanidade,
Teu ser, e estar, e o teu querer amar,
Todo você com toda intensidade.

Estou pronta a digerir o mais duro de ti:
Tuas fraquezas, tristeza e vaidade;
Rasgarei nos dentes teus desgostos,
A fome causou a minha agressividade

E antes que te arrependas,
Te devorarei com agilidade
Para não implorar por teus restos.
(O que não é nem ao longe minha prioridade).

Se quiseres me deixar te devorar,
Então que decidas com brevidade,
Antes que tu me mates,
De fome. Ou de ansiedade.

25 julho, 2009

14 julho, 2009

Conheço-te




Conheço-te :

Desde que os meus olhos, pela primeira vez, te alcançaram,
Desde que teus braços cobriram meu frio,
Desde que tua respiração passou a ser brisa,
Desde que teus dedos passaram a condutores fios.

Conheço-te :

Porque esse jeito é tão unicamente teu,
Porque conheço teus olhos cansados, fechados e dispersos,
Porque teu toque vem de dentro para fora e não de fora para lado nenhum
Porque já te vi de ângulos diversos, e controversos.

Conheço-te :

Mesmo entre as letras cortadas que nos prendem,
Mesmo que me deixe do outro lado da porta dos olhos que me fazem ver-te,
Mesmo quando escurece e te imagino até que o sono vença minhas forças,
Mesmo assim conheço-te...

13 julho, 2009

(Nu)Ances



Fale-me como meus olhos apenas ganham cor,
Sob teu olhar indescritível, compenetrado,
Sondando minha mente jurando-te dar amor.
Como se fosse possível tu estares apaixonado.

Sob teu olhar surge esse corpo impensável
Que nunca mãos algumas pintaram,
Que estreia sensações sob teu olhar insondável
Onde outros, de vésperas nunca naufragaram.

Fale-me como é que eu ardo de desejo
Como um rascunho almejando pela obra prima;
Fale-me como é que eu respiro em seu beijo
Como qualquer palavra busca sua rima.

Silêncio... Quando se segreda não se descreve.
Falar, pra quê? Se o mundo inteiro sabe
Que nesse pequeno momento que tenho.
Nele, todo a cor da minha vida cabe...

10 julho, 2009

Do Que Eu Não Preciso



Eu não preciso sequer acordar já que consigo dormir.
Não preciso abrir os olhos e ver que não estás.
Não preciso levantar e andar porque não tenho para onde ir.

Eu não preciso procurar nada se não consigo te encontrar.
Nem preciso do meu corpo se não vou sentir a tua pele.
Não preciso sorrir porque me faltas tu para me alegrar.

Eu não preciso estender os braços se não tenho o que sentir,
Não preciso escrever já que tudo é incapaz de me entender,
Não preciso falar porque não tenho ninguém pra me ouvir.

Eu não preciso amar porque ninguém vai perceber,
Não preciso sequer viver porque ninguém vai notar,
Não preciso fazer planos se não tenho nada pra fazer.

Eu não preciso respirar porque sem o teu cheiro perco meu ar
Não preciso existir se não dás conta da minha existência.
Não preciso ser inteira já que falta o preciso para me completar.

Eu não preciso sorrir se você não me vê.
Não preciso de você, se nem ao menos eu existo,
Não preciso de nada antes de precisar de você.

24 junho, 2009

Acróstico (Riceli Caroline)




R aciocínio ilógico da razão;
I nocente cristã excomungada;
C ontrária ao inverso da contradição;
E stranhamente não amada;
L ivre e espontânea pressão;
I mprevisível verso calculado;

C omplexa e mais simples paixão;
A njo mortal, ou o inverso calado;
R eação antes mesmo da ação, sem juízo;
O rdem dos fatores que alteram o resultado;
L imite e fronteira entre o inferno e o paraíso;
I nsana, sistema fácil difícil de ser analisado;
N ecessidade de entender menos que ter,
E estar mais do que ser em meu ser...

22 junho, 2009

Primeiro Gazel (Da Loucura)

Enquanto a nudez da sua alma excita a minha mente,
Permito-me perder trágicamente minha sanidade inocente.


Eu vou me consumindo em faíscas lancinantes.
E cedendo a esse louco delírio - maliciosamente,


E vou envolvendo-o sem fôlego, o beijo ofegante,
Ansiando por lhe possuir a alma enfurecidamente.


Envolvida por um êxtase de desejo lancinante,
Perco-me e desmancho-me em sua pele ardente.


Seguindo sem controle numa consciência delirante,
Ansiando por me perder nele desesperadamente.


Sua respiração ditando um compasso acelerante,
Forçando meu sangue a perder-se neste fluxo ascendente.


E a minha mente argoniza perdida nessa busca incessante,
E eu me entrego a essa insanidade apaixonadamente...

14 junho, 2009

Só Para o Amanhecer


"Duvida da luz dos astros,
de que o Sol tenha calor,
duvida até da verdade,
mas confia em meu amor."
Hamlet - Shakespeare

Todas as vezes que ias embora,
Levavas na bagagem meu final feliz,
E eu te escrevia mil vezes aqui
Que a vida que eu tenho em mim
Sempre fora só uma,
E que de forma alguma
Deveríamos aceitar o fim.

Todas as vezes que me amas,
Somem todas as tristezas do presente,
Tu me abraças como quem acarinha
Uma gatinha tonta de prazer
E eu respiro tua boca e te abraço,
E bêbada me enlaço
Ao louco giro do teu viver...

Todas as vezes que voltas,
Vejo amanhecer o futuro,
E algo de insano não envelhece o tempo
O sol passa a nascer pelos olhos que amo,
E eu sussurro que te amo, eu amo,
E tu entendes meus beijos...

13 junho, 2009

O Anjo Estranho


Vindo do lugar qualquer onde vivia,
Ele é um anjo perdido na terra,
Com camisa regata e um sorriso ambíguo,
Com essa pele queimando trinta e sete graus
Por dançar louco todo domingo,
Com certeza não é angelical como uma criança,
Um anjo quase embriagado suando vinho
E a tatuagem nas costas no lugar das asas
Anjo que não deveria me fazer pecar,
Nem me deixar louca pra beber o suor do seu corpo
Muito pior faz arrepiar,
Por meus desejos mais secretos.
Com a voz enrouquecida me sussurrar
Um Anjo, que me desperta humana.
Anjo estranho,
Ele é avesso do normal,
É anjo sem a mínima santidade,
Que não recebe orações á noite,
Mas a qualquer hora do dia,
Prefere ser tocado com maldade...

12 junho, 2009

Não Proibido


Para te ter
Eu desejo o proibido,
Eu quebro todos os preceitos,
Eu rompo barreiras,
Eu atravesso fronteiras,
Eu livro-me de preconceitos,
Eu desacato leis,
Eu repudio valores.

Eu morro de amor...

Ter você...
É tocar o proibido,
É atingir o inatingível,
É decifrar o indecifrável,
É transpor o intransponível,
É compreender o incompreensível,
É violar o inviolável,
É profanar o mais sagrado.

Vivo imortalmente...

Não ter você...
É querer o proibido,
É ver a noite sem a prata da lua,
É ver o amanhecer sombrio,
É fantasiar pelos cantos,
É desperdiçar planos,
É ter e sonhos vagos, vazios.

Vivo com a sensação de ter morrido...

26 maio, 2009

Fogo Nada Estranho

Eu fiz versos tão escuros
como se eu nunca visse a luz,
E esquecesse de algo a me queimar.

Por isso é que agora vivo
Sete vezes, em sete dias,
Em quantas semanas eu o desejar.

Voltando do frio,
De calor envolta,
Relembro a cena da minha volta:

“No tédio da noite,
Lembro da sua réstia
Naquela luz apagada
Que aos olhos dele clareava antes,
Da chuva escorrendo do telhado,
Do som... Que antes molhava... Esqueci...
Lembro de esquecer minha vida dantes. "

Recomeçando das cinzas,
No seu fogo queimando,
Por ele vou renascendo
A viver, voltando.

Depois disso, penso que eu,
Sou fênix que morre e volta
Depois de queimar no fogo dele.

Agora penso que essa vida
É onda que vai e retorna,
É esse mar que nos embala nele.

Ninguém foge da vida que deseja.
Não fujamos desta.

19 maio, 2009

Rondó de Efeito

Eu disse que ele era bonito (piegas...).
Encarei tímida, sutilmente: (demais da conta)
Aí, disse que ele era (é!) muito (...),
Que o queria enlouquecidamente...
-Inútil!
Grande feito? Não!
Tá, não fez efeito...

Depois, me deu fastio, calafrio, insônia.
Voltei a bancar (a) sentimental...
Fiquei poetisa de tudo o que porcaria.
Gritei, chorei, dancei, passei mal...
-Inútil!
Grande feito? Não!
Ai... Não fez efeito...

Então, eu dei em cima mesmo:
Virei malandra, bandida...
Non soy rebelde virei a cabeça e o copo:
Li porcaria, xinguei, mordi, fume...
-Inútil!
Grande feito? Não!
Baralho, não fez efeito...

Já que não tem jeito, agora eu sou louca.
A assassina dele no meu peito...
Depois que o insensível me matou sem dó,
Vou pegar-lhe, e de jeito...
-Inútil!
Não... Grande feito!
(Aliás), e que efeito...

13 maio, 2009

Teu Culto

Como um deus, faça meu mundo,
Peço-te que dês teu ar
Para ser meu fôlego de vida.

O que eu mais quero
É este momento divino:
Agora, estou a te adorar.

Não há outro mundo senão esse
Onde é o deus que se ajoelha,
E a mortal é levada ao paraíso.

És agora onipresente,
Cada centímetro deste corpo
Pressente teu toque de delírio.

Como onipotente,
Prende minh’alma num abraço,
Confunde meus beijos com os teus.

És onisciente sobre meus desejos,
como humana, meus cinco sentidos
Falam por mim, nós sabemos.

Como a cheguei a adorar
um amor que deixará
meu mundo em caos
quando me deixar?


30 abril, 2009

Tarde Demais



Agora é tarde.

Mas a algumas noites atrás
Quando ‘tragicamente’ nos conhecemos,
Você me foi totalmente insuportável;
Depois aceitável;
Depois inevitável;
Depois agradável...

Ah, que ‘trágica’ sequência!
Devíamos tê-la interrompido
Antes que você me fosse totalmente necessário.
Mas agora é tarde...

01 abril, 2009

Amizade & Amor


"A amizade é o amor sem asas."
George [Lord] Byron

Se na amizade buscamos a razão,
No amor perseguimos o sonho,
A amizade é a procura
De quais partes de nosso eu outros possuem;
O amor é o desejo
De que seja parte de nós outro ser.
Amizade ensina,
Traz alegria,
Faz desejar estar junto.
Amor instrui,
Traz felicidade,
Faz precisar ficar juntos.
O amor nos dá o beijo, que une alma e corpo.
A amizade nos dá o abraço, que une corpo e alma
Amor: Tudo.
Amizade: Todo o resto.

Sete Partes



Primeira -
Seus Olhos:
Dispositivos que causam descontrole em meu músculo cardíaco.

Segunda -
Sua boca:
Responsável pela elevação de temperatura orgânica do corpo alvo (o meu).

Terceira -
Seus braços:
Pressão que resulta em desordem no meu sistemas respiratório.

Quarta -
Suas mãos:
ùnico toque capaz de manipular simultaneamente todos meus sentidos.

Quinta -
Seu cheiro:
Sensação capaz de tornar nula a força da gravidade sobre meu corpo.

Sexta -
Seu peito:
O lugar que oferece a maior segurança do mundo, e único lugar do mundo que eu queria estar agora.

Sétima -
... E todo resto:
Indescritível,
Inexplicável,
Indefinível,
Inebriante... Será que existes?

20 março, 2009

Nós Desconhecidos



Não conto a ninguém
De nós dois juntos
Olhando juntos
Nuvens passarem juntas
sob nossas cabeças

E nós passamos...
Mas nem sei se juntos
Pela minha cabeça.

Não fale nada a ninguém
E você vai saber
Que ninguém mais
Além de mim
Saberá de você.

06 março, 2009

Estranho Ciúme



-Deixa-me agora te possuir
Como tu nunca o tiveste
Me deixa tomar conta de ti. -E eu com minha fúria sutil
Como a tua sutil paixão
Deixa-me te cegar de brio. -Ou então, te fazer enxergar
Como foste tão inocente
Enquanto o estavam a te furtar.
-Pra que serve esta tua confiança?
Me deixa fermentar mais teu orgulho
Só ele sempre te deu segurança.
-Perde um pouco teu sono...
Imagina onde ele está,
Com quem ele está.
-Fica um pouco mais inquieta...
Imagina outra o tocar,
Como ele está a lhe tocar...
-Sinta-me ao menos neste momento,
E de todos os teus sentimentos,
Prometo-te ser o mais intenso...

04 março, 2009

A Precisa Calma


Tudo ao meu redor me ameaça.
Fica tudo ainda mais estranho,
Tudo parece querer me sufocar.
O teto, o chão, as paredes da minha casa,
Os remédios, os venenos tentam me seduzir,
Os objetos cortantes me perseguem,
Eu saio na rua
As árvores querem me atacar,
E as pedras querem se lançar contra mim,
A cidade começa a rodar...

E então você chega...
E para tudo.
Estava tudo agitado,
E você estagna tudo.
A rua e as pedras se aquietam sob teus pés,
Tudo o que me ameaçava é inofensivo a ti.
Eu queria fugir,
Queria me esconder de tudo,
Mas você acalma meu mundo!
Para mudar tudo, você só precisa está.

02 março, 2009

Se Amar



"Ame como a chuva fina, que cai silenciosa,
mas que faz transbordar rios."
Kielvi Santoro

Se amar... Ame delicadamente.
As ondas suaves são as mais apreciadas pelas embarcações mais frágeis.
- Delicadamente vêm as tempestades...

Se por acaso amar... Ame sutilmente.
As chuvas imperceptíveis são mais duradouras, são as que fazem brotar sementes.
- Sutilmente vêm as enchentes...

Se meio por acaso amar... Ame suavemente.
As brisas leves são mais prazerosas por amenizar o calor nos verões.
- Paciência... Suavemente também vêm os furacões.