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09 setembro, 2009

Matéria e Obra




“... E o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.”
(Camões)

A razão perde a razão de existir
Quando a chama das paixões apaga;
Busca ainda um sinal, um só suspiro,
Pra nascerem versos que a sós não se traça;
Sem razões, chama viva, sinais e paixões,
Como a fênix morta, espera que a obra renasça.

Nasce e chora pela matéria que não há mais.
Dói ter que lutar e para prematura não morrer.
Não há mais a matéria prima dos meus sonhos,
E a criadora precisa da matéria para sua obra viver.
Procuro, preciso e também choro. Acho o vazio.
Covarde viro-te as costas para não também mais sofrer.

Como pode existir obra sem sua matéria?
E a pobre criadora sem sua obra o que será?
Preciso me unir à matéria para gerar a obra.
Como? Terei que criar a matéria para poder criar?
Criar sonhos do que resta. Renascer para depois morrer.
A obra renasce do que resta à criadora: Paixão no seu chorar...

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