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20 setembro, 2009

Final de Setembro



"Sometimes when I'm alone, I wonder
Is there a spell that I am under
Keeping me from seeing the real thing?"
(Love Hurts - Incubus)

Por favor,
Perdoe esse meu constante ceticismo:
Mas quando estamos juntos não sei se estou vivendo,
Ou se estou apenas fantasiando...
Não sei diferenciar o céu do chão...
Como se pudesse... Não sei se estou voando...
Fico sem saber diferenciar a realidade
Da ilusão...
Como se fosse possívela mim tocar a felicidade...

14 setembro, 2009

Soneto III



Olho aqui o seu olhar, porque mesmo que ausente,
Ainda insiste a esperança neste coração amante
Cuidando que essa minha paixão seja constante
Tanto em meu coração, como em minha mente.

Ouço aqui a sua voz, porque deliro constantemente,
Zombo também desta minha louca ilusão nesse instante
Ele aqui não está. De mim ainda está tão distante.
Delírio e desejo são o que a minha alma louca sente.

E talvez, por esse desejo, esta ilusão 'inda existe
Ignorando a infeliz realidade por ele a mim imposta
Levando minha mente a fingir que não é tão triste.

Atuo que sou feliz, e a esperança 'inda mais insiste
Dentro deste coração onde esta paixão está exposta
Para que ela não morra, se vida em mim 'inda existe...

11 setembro, 2009

Recado á Futura Paixão




Em mil delírios loucos te abraço no vazio dos dias meus
Esperando sentir o tremor do meu corpo nos teus braços

Vou provando todo dia, aos poucos gosto dos lábios teus
Ás vezes, os segundos se desesperam nos compassos

De loucura no espaço em que minha mente me prendeu
Não quero mais saber de sair. Minha mente é meu espaço

Aqui tenho a ilusão de viver a alegria de te ter no futuro meu
E será assim até que eu morra de delírio, ou então, de enfado...

Soneto II (Lúcia Antonieta)


Lendo meus poemas á noite há uma amiga
Única em jeito de sentir, de únicos sentidos
Cativando seus loucos sonhos atrevidos
Ilusões libertam ela, e a realidade a cativa.

A sua razão de julgamento é além do seus juízos
A sua razão de amor alheio também a abriga
Não desprezando não há o que não consiga
Tem amor e desprezo pelos seus passados vividos:

O amor pelos acertos e bem que nos seus ela cultiva
Nunca esquecendo do desprezo pelos erros corrigidos
Inventa (na falta de uma) sua própria sabedoria antiga.

Ela relembra mas nunca se arrepende dos seus ‘delitos’
Todos servem pra amenizar o tédio que sempre a intriga
Antonieta, eis aqui seus desvarios e sentidos escritos.

10 setembro, 2009

Estranho Frio

“Tenho frio e ardo em febre!
O amor me acalma e endoida! O amor me eleva e abate!”

(Olavo Bilac)
Se faz frio, as memórias são mentiras,
Inúteis, fúteis.
A mente delira,
O espaço está vazio.

Quando faz frio, as lembranças são ocasos
Arrepios, suspiros
O corpo treme em acasos
O lado é vazio

E se faz frio, as promessas são desejos
Ilusões, sonhos
Mil e vãos beijos
O coração será vazio

E quando frio eu sinto,
Espero-te, ardo
Pressinto-te
Em meu vazio

Riceli Chacon

Amor Como Sol



"Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã,
Mais uma vez, eu sei..."
(Renato Russo)

Há amores que nascem e renascem.
São amores como o sol...
Aqueles que têm mania de se pôr,
De se esconder,
De trazer aquela melancolia de adeus de fim de tarde,
De fazer de repente tudo ficar escuro como se não houvesse amanhã...
Mas há! E eles voltam novamente como se nada tivesse acontecido, ignorando todo estrago que fez...
Toda a escuridão que deixou pra trás... Não importa...
Mesmo que por aqui esteja tudo escuro,
Acima das nuvens, eles nunca deixaram de brilhar...
Amores renascidos são mais belos, assim como são todas as manhãs...

O Que Há Entre Nós


"Distância não corresponde somente ao espaço entre dois corpos,
mas sim o espaço entre dois corações."
(Miria F. Bôa)

Entre mim e ti
Há uma enorme distância:
Metros!
Entre a minha insistência
E a tua esquivança;
Entre a tua liberdade
E a minha esperança.

Entre você e eu
Há um enorme espaço:
Quilômetros
Entre os meus passos
E a tua corrida;
Entre a tua liberdade
E a minha vida.

Espaço pequeno demais
Para guardar tua grande indiferença, e a minha dor;
Espaço pequeno demais
Para caber tua apatia, e o meu grande amor.

09 setembro, 2009

Soneto I


Volta! Não descansa o corpo meu,
Invejo quem dorme um sonho santo.
Castigo friamente o coração, e canto,
Querendo apagar dele o calor teu.

Onde foi que meu ideal te perdeu?
Tire - Peço - de mim esse pranto,
Eu não só quero - Eu desejo, tanto:
Desvendar, realizar cada desejo teu.

E tu foges confuso, e eu pra não mais sofrer:
Me iludo, esqueço, mas eu volto a chorar,
Lê: Esquece que continuo a te querer?

Finda a noite, mas insisto em sonhar,
Diz, (embora nada me faça te esquecer):
Poderás tu Amor algum dia me amar?

Matéria e Obra




“... E o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.”
(Camões)

A razão perde a razão de existir
Quando a chama das paixões apaga;
Busca ainda um sinal, um só suspiro,
Pra nascerem versos que a sós não se traça;
Sem razões, chama viva, sinais e paixões,
Como a fênix morta, espera que a obra renasça.

Nasce e chora pela matéria que não há mais.
Dói ter que lutar e para prematura não morrer.
Não há mais a matéria prima dos meus sonhos,
E a criadora precisa da matéria para sua obra viver.
Procuro, preciso e também choro. Acho o vazio.
Covarde viro-te as costas para não também mais sofrer.

Como pode existir obra sem sua matéria?
E a pobre criadora sem sua obra o que será?
Preciso me unir à matéria para gerar a obra.
Como? Terei que criar a matéria para poder criar?
Criar sonhos do que resta. Renascer para depois morrer.
A obra renasce do que resta à criadora: Paixão no seu chorar...

06 setembro, 2009

Corações em Jogo


"O amor é o único jogo
no qual dois podem jogar e ambos ganharem."
Erma Freesman
 
Ganhando a você.
Eu perdi a mim...
Mas antes de jogo e trapaças,
Havia um tempo
Em que meu coração estava inteiro...
Mas a mesa virou,
Numa sutil tragédia
O jogo virou.

Talvez o amor seja uma sutil catástrofe.
No amor, talvez o azar seja duplo:
É não saber viver com você.
A sorte é dúbia, é recíproca:
E sem você não saber viver.

Não há acasos:
Até a maior estratégia não traz conseqüência.
No amor tudo é sorte
Mesmo que não haja limites
Entre prazer de viver e a dor da morte.

Fui cúmplice de trapaças.
Nós somos cúmplices de roubo
Jogando o mesmo jogo,
Onde o vencido deveria ganhar...
Mas seguindo as mesmas regras,
Enfrentando-nos com a mesma fúria...
Quebrando mesas e corações a esmo.
Partindo-nos em duas partes.
Deveríamos ser o mesmo.

Eu estava pedida quando conheci você.
Perdi-me por ter você.
Perdi-me por perder você...
Virá um tempo,
Em que você se perderá ao menos,
Quando, perdendo,
Ambos (talvez) ganharemos...

04 setembro, 2009

Certo Estranho



Se uma mente vazia é oficina do Diabo,
Minha cabeça deveria estar o Inferno
É ESTRANHO, mas há algo mais aqui:
Está aqui em minha mente,
Meticulosamente te gravando:
Até gírias do seu vocabulário
Isto é certo o que vou lhe dizer:
São as rimas dos meus poemas.
É tudo que eu tenho para escrever...

O que ganho de você,
Tira o meu fôlego.
O que você ganha de mim,
É estranho - Arranca meu ar.
O céu está detrás dos seus olhos,
E o inferno mora em seu beijo.
É estranho ser certa e não fazer tudo certo,
Como se o paraíso para ser desejado
Precisasse de um certo inferno...

Ela. Seu Caminho. O Epitáfio


“Meu Deus”! “Ninguém me amou”!
“Vivi na solidão”...
(Álvares de Azevedo)

Antes que ela começasse a viver,
E antes que ela começasse a caminhar,
Entregaram-lhe o fardo do Amor
Que deveria até o fim da sua vida levar
Assim a vida não seria um vão penar.

Mas sozinha ela não o deveria carregar.
O seu fardo era pesado e imenso;
Mas não havia ninguém que a quisesse ajudar;
O peso a machucava e a fazia sofrer;
Sozinha, não conseguia mais com o Amor andar.

Então, no meio da vida, ESTRANHAMENTE parou.
Antecipava o fim por ela tão cansada estar.
Odiou seu fardo. Havia caminhado em vão;
Olhou o caminho, sentou, e se pôs a chorar:
Exausta o suficiente para merecer descansar...