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27 fevereiro, 2012

Sétimo Céu



"Maldita essa escada que cansaria até os anjos!"

Victor Hugo

Para o inferno as escadas e seus infinitos degrau, degraus, desgraça...
Carrego um botão e prefiro esperar que o elevador desça e venha me buscar. Ando cansada de tentar subir esse infinito.
Para o inferno os quilômetros abaixo e acima que tenho que percorrer. Acelero e pronto: num piscar de olhos lá chegarei. Excitação em subida rápida no descer passado um tempo, podia parar lá em cima num pause qualquer, sei lá congelar aquele nosso segundo perfeito: sétimo céu...

Estou farta de empecilhos que me tapam o resto da visão na livre expressão do tempo. Abrirei as janelas, quebrarei as paredes, e rasparei os cabelos que me caem nos olhos.
Rebelo-me, e pro inferno mesmo as escadas, que eu espero que o elevador que sobe e desce venha mesmo me buscar... 

23 fevereiro, 2012

Falta de Poesia

 quando menina
corria de bicicleta
para contemplar:

um menino de olhos castanhos.
rua, sol, estrelas

ciúme de brincadeira alheia,
as horas corriam
estrelas acendiam.

sangue em curativo de panos.
pisa de pai, de mãe

amizade etérea
sem o amor Nato.
só espírito enamorado

21 fevereiro, 2012

Medo de Pesadelos



“Eu hoje tive um pesadelo/
 E levantei atento, a tempo/ 
Eu acordei com medo/
 E procurei no escuro/ 
Alguém com o seu carinho” 
Cazuza

Nada além mais... Somente a dúvida fere o meu coração: o peito aperta-o e a minha respiração mal se sente. Esqueço tudo e salto da realidade, e sobre salto, desaperto o botão de cima da saia e corro feito uma doida qualquer. Estou bem assim para você? O que achas?
Penetro o sentimento, forte por sinal, de tanto aperto no coração. Caminho na realidade, e choro nos sonhos, e tremo o tempo todo até o fim da tristeza.
Apenas vivo no sonho de invadir teus sonhos. Porque nos meus sonhos, eu sem saber o porquê, desenho a chuva com pintas de saudade, e em tons de guerra pinto as nuvens, e o com o resto das cores, coloro as minhas mágoas, e o teu amor que deveria ser o mais vívido, deixo transparente. Desses sonhos trago para a realidade do meu travesseiro minhas lágrimas como souvenir das dúvidas. Acordada, enterro-as no branco do papel.
O tempo muda, chove, ficam chuviscos na imagem da TV. Desligo-nos.
No reflexo da televisão desligada me observo quieta e abraçada às minhas  pernas finas pelos dias que passo a fio. Trovões rompem-me o tímpano em gritos de solidão. As dúvidas me atingem como raios de receios. Sofro medos de dormir sozinha abraçada á pesadelos. “Sweet dreams are made of these...” Apago a chuva, os meus sonhos, e corro direto para os teus...
Me aguarde á noite.


 
Krol Rice

17 fevereiro, 2012

Bom Tempo



 "A vida é uma lousa, em que o destino, 
para escrever um novo caso, 
precisa de apagar o caso escrito." 
 Machado de Assis

Ele foi se achegando devagarzinho, travesso que só ele mesmo falando de coisas que me levavam a pensar na sua juventude tão cheia de sonhos e planos... Começamos com uma brincadeira infantil até que estranhamente os laços foram se apertando, e o que era um amor de sonhos passou a ser um sonho de amor. Suas palavras beiram às vezes a uma infantilidade invejável e a maturidade de quem viveu a eternidade em vinte anos e oscilam desde a fragilidade de menino, a uma atitude divina relegada somente aos grandes homens.

Demorei a encontrá-lo, mas o tempo é marcador de épocas e mundos diferentes. Não pode nunca o passado misturar-se com o futuro nem tampouco o futuro sonhar com uma vaga no passado. O que é um confronto de ideias bem interessante. E eu aceito como um presente para meu presente e para o futuro. Antes o que achava um pouco estranho, hoje já não acho nada estranho... Eu só o amo para sempre, e é melhor, bem melhor esse tempo de agora...

Krol Rice

02 fevereiro, 2012