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14 março, 2012

Janelas


Entre muitas outras coisas, 
tu eras para mim uma janela através da qual podia ver as ruas. 
Sozinho não o podia fazer.
( Franz Kafka )


  Este céu através das minhas janelas, pesado por tantas nuvens de futuras chuvas, lembrou-me você, com esses pequenos olhos usurpando estrelas quando todas elas se acendem.
A chuva barulhenta na calçada vai te lembrar que eu estou com frio, sentada na cama vendo a vida passar por mim, esperando você entrar através das minhas janelas.
  Abro a janela para te espreitar, mas eu já desconfiava que tu sonhavas de lado, com os braços e pernas bem apertadinhos, tomando conta do meu mundo num abraço enrolado. Será impossível saber o que poderia acontecer se eu deixasse os meus sonhos para trás com o vento soprando às minhas costas. Uns sonhos que teimam em ficar aberto em comunicação com o teu. Sintonizados.
  Acorda, não é o vento assoviando, sou eu que te canto, aquela que há tempos te ver nanar, num dorme bebê, lembras? Ou talvez você pudesse me tirar da tua mente como fones de ouvido...
Talvez você também ouça as chuvas de março fechando o verão... 

Krol Chacon

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