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01 dezembro, 2011

Descobridora dos Sete Mares



Eu, marinheira autônoma, rasgo mapas. Em ti me perco, em ti navego sem bússola assim que velas de desejo em mim se erguem. Leves brisas em ti eu respiro. O ar, esse nos trespassa, e os nossos corpos esvoaçam feitos bandeiras no vento em um ritmo perdido no tempo. Beijo-te o ombro, o teu hálito, ouço teu suspiro de tédio forçado, encostas a tua cabeça ao meu peito e isso basta para silenciar a tempestade em copo d’água do meu coração. Esqueço que nem sei nadar. 

Brado aos deuses dos mares, mas é por ti que eu chamo num gemido. Por ti peço, tu me ouves, e tua mão me dás. Mas eu dou o bote feito pirata e roubo-te um beijo e tua boca conquisto. Persigo tua língua com a minha, desbravo os teus braços e neles me deixo prender. Liberto as tropas de roupas e dos dedos faço soldadinhos com leves machinhas ao rufar do tambor do teu coração. Escalo tuas pernas e nelas me prendo, subo em teu corpo e quase caio em vertigem, ao mesmo tempo em que brinco de exploradora, com minha língua irrequieta te percorro. Exploro teus lábios somente pelo puro prazer de te redescobrir. Um tesouro. 

 

Um comentário:

Inghyson Oliveira disse...

Adorei o novo visual do blog, adorei a postagem... Você se superou.