Pesquisar este blog

15 setembro, 2011

Carta em um Incêndio Estranho


 “O amor é como fogo: para que dure é preciso alimentá-lo.” 
François La Rochefoucauld

Enquanto não te vejo, meu sangue ferve e vai espalhando-se um fogo no meu peito. E esse fogo queima-me as horas num quarto sem cama, nem corpos para arder. Somente o coração arde por dentro, a transpirar para fora o desejo de voltar rapidamente onde pertence por inteiro e eternamente. Regressas-me com a urgência da vontade em que me consumo nos pequenos espaços de tempo que te ausentas de mim.

Neste desassossego constante do que te tenho e do que me faltas, perco horas a inventar-nos na intensidade de encontrar-nos. Imagino-te a arder no mesmo incêndio que em mim é impossível conter, é a razão é que nenhum de nós sabe controlar o que o corpo, a alma e o coração controlam.

Amo este calor que me queima sem me aquecer a pele por dentro e por fora à tua espera. Amo este do fogo que arde sem se ver quando sozinha ando por entre pensamentos. Mas prefiro infinitamente o incêndio que somos um no outro, cada vez que compartilhamos todo o estado líquido em que nos confundimos num mesmo corpo derretido em prazer. E é bem no início desse fogo que te espero: Com o combustível capaz de explodir-me o peito...

Krol Rice Chacon