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07 fevereiro, 2014

Sem Razão



"A paixão e a razão 
são duas viajantes que nunca vivem juntos na mesma hospedaria:  
quando uma chega, parte a outra." 
(Walter Scott)

Por um momento, sem fala, te beijo.
Estremeço, e o beijo se abrasa em pleno fogo alto.
Mergulho.
Agarro-me a teus cabelos, braços, ombros, costas.
Encostas-me.
Contraio-me e todo universo ao nosso redor se distrai.
Esse mundo é só meu.
Nada mais existe além de ti e da sensação de teus braços envoltos de mim, e de teus lábios nos meus. Há muito que já te perdi.
Nesse encontro, também me perco.
Estou sem razão de querer-te, mas eu te quero.

Passaram-se alguns minutos ou uma curta eternidade. Todos os dias de saudades cabem nesse instante e eu não encontro razões para largar-te. Fico farta de roupas pois quero nossos corpos ao vento e em lábios molhados, e quero estar como sempre desejo, a sentir-te e a sentir-me arder, exposta, como se minha pele estivesse ao avesso, como se a pele dele estivesse vestida em brasa, e eu queimando numa paixão dolorida, consumindo a minha inútil razão...

Paixão não tem razão. Eu, muito menos.

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