“Eu hoje tive um pesadelo/
E levantei atento, a tempo/
Eu acordei com medo/
E procurei no escuro/
Alguém com o seu carinho”
Cazuza
Nada além mais... Somente a dúvida fere o meu coração: o peito aperta-o e a minha respiração mal se sente. Esqueço tudo e salto da realidade, e sobre salto, desaperto o botão de cima da saia e corro feito uma doida qualquer. Estou bem assim para você? O que achas?
Penetro o sentimento, forte por sinal, de tanto aperto no coração. Caminho na realidade, e choro nos sonhos, e tremo o tempo todo até o fim da tristeza.
Apenas vivo no sonho de invadir teus sonhos. Porque nos meus sonhos, eu sem saber o porquê, desenho a chuva com pintas de saudade, e em tons de guerra pinto as nuvens, e o com o resto das cores, coloro as minhas mágoas, e o teu amor que deveria ser o mais vívido, deixo transparente. Desses sonhos trago para a realidade do meu travesseiro minhas lágrimas como souvenir das dúvidas. Acordada, enterro-as no branco do papel.
O tempo muda, chove, ficam chuviscos na imagem da TV. Desligo-nos.
No reflexo da televisão desligada me observo quieta e abraçada às minhas pernas finas pelos dias que passo a fio. Trovões rompem-me o tímpano em gritos de solidão. As dúvidas me atingem como raios de receios. Sofro medos de dormir sozinha abraçada á pesadelos. “Sweet dreams are made of these...” Apago a chuva, os meus sonhos, e corro direto para os teus...
Me aguarde á noite.
Um comentário:
Sensações de percepções e sentires de uma mente inquieta, um tom confessional bem expressivo em teu escrito, muito bom,
um cordial abraço.
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